Você já viajou para algum lugar que não faz ideia que direção tomar?
Nós já, e fomos parar muito, muito longe praticamente na terra do tão, tão distante, mas não porque o destino seja tão distante, mas sim, devido ao GPS que nos direcionou por um caminho completamente ao contrário do que devíamos seguir.
Passamos por Linhares, atravessamos quase toda Sooretama para chegarmos ao nosso município de destino de mais um Paulistando no ES, Vila Valério.
Foram mais ou menos quatro horas de chão batido, comendo poeira vermelha, atravessando belas fazendas e registrando belas paisagens pelo caminho.
Para nós que não tínhamos hora marcada com ninguém, tudo estava sendo festa.
Acompanhe nossa aventura em busca da Terra da Fé e do Café.
O QUE FAZER EM VILA VALÉRIO ES
Depois de percorrermos por quase quatro horas nas situações que te informei anteriormente, finalmente chegamos a um trecho de asfalto e a entrada da cidade.
Logo tratamos de procurar um local para almoçar, pois estávamos mortos de fome, sujos de poeira e loucos para esticar um pouco as pernas antes de começar a desbravar o município e também procurar um local para dormirmos e vê se conseguiríamos tomar um banho.
Era tudo que gostaria de ter no fim do dia de hoje, um banho, mesmo que frio, para tirar toda a poeira que estava impregnada em mim.
Pois bem, logo avistamos um local que parecia ser o único restaurante com churrasco na cidade, mas lógico que fomos de prato feito, né gente, pois comer churrasco, ainda não está ao nosso alcance, ou comemos bem, ou colocamos combustível.
Bem, devidamente alimentados fomos tentar encontrar o centro da cidade e saber dos moradores algumas informações.
Acreditem, foi o primeiro município onde as pessoas não são muito de conversar, elas são mais quietinhas e desconfiadas, mas aos poucos fomos ganhando alguma atenção, nem que fosse para dizer que na cidade não tem nada.
Vocês acreditam que muitas pessoas nos passaram a informação que a cidade não tem pontos para conhecer e que os que tinham estavam desativados?
Isso mesmo, chegamos a pensar que seria a primeira cidade que não encontraríamos nada, mas não desistimos e fomos atrás para tirar a prova dos nove.
No centro, encontramos a Gabriela Melanes e a mãe que nos apresentaram a Igreja Matriz Nossa Senhora das Graças.
As duas foram muito solicitas e conversaram um tempão com a gente, nos ensinaram os caminhos que deveríamos seguir para encontrar o que viemos conhecer.
PÉ NA ESTRADA QUE A HORA TAVA AVANÇANDO
Bom, seguimos as instruções que nos foram passadas e a primeira coisa foi abastecer o carro, pois não sabia até onde iríamos e ficar na estrada sem gasolina era tenso.
Chegando ao posto a primeira coisa foi perguntar como chegaríamos ao Cruzeiro da Cidade.
A primeira informação que recebemos foi que o cruzeiro estava interditado e que não conseguiríamos subir, pois uma forte ventania o derrubou e por isso não existia mais cruzeiro para ser visto.
E lá fomos nós, teimosos que somos, descobrimos sozinhos a estrada que nos levaria até o topo do cruzeiro que até então disseram que não existia mais e que estava interditado.
Subimos uma rua, até boa por sinal, que nos levou até o pé da pedra do cruzeiro da cidade, dali, tivemos que realizar a subida a pé e enfrentar os trezentos e oitenta degraus na garra.
E lá fomos nós, ao ir completando a subida você vai tendo uma visão privilegiada de toda a cidade e tudo a sua volta alem claro, do belo pôr do sol que vai se apresentando.
Chegamos ao topo com sucesso e ficamos ali até o céu escurecer por completo e contemplando as luzes se acenderem e as primeiras estrelas aparecerem.
Pronto, já tínhamos o nosso primeiro ponto visitado e comprovamos que tinha sim um lugar para se visitar em Vila Valério, ao contrario do que ouvimos dizer na cidade.
HORA DE ARRUMAR UM LUGAR PARA DESCANSAR
A noite já havia caído e estávamos sem um lugar para repousar e poder tomar um banho, a ideia foi seguir em direção a Igreja Matriz para vê se conseguíamos um cantinho para acampar, fazer nossa jantinha e tomar um merecido banho.
Infelizmente não obtivemos êxito em nosso desejo, estava tendo uma celebração e com o avançar da hora o céu parecia que ia mandar chuva, então, resolvemos ir para um cantinho que tínhamos passado mais cedo à beira da estrada que vai em direção ao Morro do Veinho.
MONTANDO ACAMPAMENTO
Lá fomos nós com a esperança de encontrar alguém na igreja que fica próximo a esse local que passamos mais cedo, mas, mais uma vez não demos sorte, a igreja se encontrava fechada e ninguém por perto para poder nos ajudar.
O jeito foi dormirmos sem tomar banho e montar acampamento no cantinho próximo a estrada.
Foi acabar de montar tudo que a chuva caiu, e lá fomos nós atravessar a rua para nos esconder da chuva em baixo de um local tampado para podermos cozinhar nossa janta que seria pão com salsicha.
Assim foi, cozinhamos conversamos muito e fizemos planos para o dia seguinte, pois não havíamos desistido de encontrar mais pontos para visitar no município.
Fomos dormir e até algumas altas horas passavam diversos, carros motos e caminhões na estrada, foi uma noite um pouco conturbada, mas quando se está muito cansado o sono vem como uma pedra e você acaba nem ouvindo mais o barulho a sua volta.
DIA SEGUINTE
No dia seguinte, acordamos por volta das seis e meia da manhã e já fomos tratando de fazer nosso café comer o que ainda tínhamos de pão e partir para desbravar mais um pouco.
Lá fomos nós em direção a tal Rampa do Veinho, mal sabíamos o que estava nos aguardando.
Pegamos uma direção que haviam nos informado e partimos com vontade de chegar até o topo da tal rampa.
Antes, acabamos descobrindo que em uma vila chamada Barra Seca existia uma cachoeira que leva o nome de Cachoeira de São Jorge.
E lá fomos nós atrás dessa tal cachoeira que alguns diziam está seca.
Rodamos por alguns minutos e logo ouvimos um barulho de água a beira da estrada e logo deduzimos que ela não estava longe.
Foi uma dedução mais que certa e lá fomos nós e encontramos a Cachoeira de São Jorge que é aberta ao público e que fica bem a margem da estrada.
A cachoeira é mais uma cascata que forma diversas piscinas naturais que agrada quem vem se banhar e fugir do calor.
A visita e a procura valeu a pena.
RAMPA DO VEINHO AI VAMOS NÓS
Alguns moradores já tinham nos avisado que a estrada não é ruim, porém, muito escorregadia quando se chove por lá, pois o barro é cruel.
Porém não desistimos fácil e fomos atrás da informação e da comprovação do que havíamos escutado que a rampa tinha sido vendida e não era mais permitida a entrada.
Depois de muitas perguntas e paradas conseguimos chegar até a estrada de acesso à rampa e logo vimos o barro vermelho que nos acompanhou até chegarmos ao acesso de asfalto da entrada do município.
Achamos que não iria subir, mas o Wolverine representou bem e conseguiu subir sem derrapar ou falhar.
Ao subir essa estrada você vê a frente uma espécie de troncamento que te leva a três estradas, uma para a esquerda, outra paro centro de vários pés de eucalipto e a da direita que é estrada que é o acesso correto até o topo da rampa.
Bom, se já estávamos ali não poderíamos recuar, seguimos em frente e mal sabíamos a surpresa que a estrada que aparentemente não iria nos dá trabalho algum, por ser bem plana e sem buracos.
Ao chegarmos a certo ponto a subida, o carro deslizou e perdendo o controle ele atravessou a estrada fechando o acesso para quem descia ou subia.
Pensa no desespero que passamos por pouco o carro não tomba com a gente, foi à mão de Deus que segurou o carro e ele ficou atravessado daquele jeito.
Ficamos alguns minutos ali parados tentando pensar como íamos tirar o Wolverine daquela posição.
Foi ai que o Roger e o Marcio pensando juntos chegaram à conclusão que deveriam empurrar a traseira para o lado e destravar o carro.
Foi assim que conseguimos sair dali e desistir de subirmos.
Mas pensa que ficamos sem saber se a rampa realmente havia sido fechada?
Não, como diz nosso amigo Roger dos Santos, o destino estava a nosso favor e encontramos nada mais, nada menos que o dono da bagaceira toda, o Veinho dono da rampa.
Que aqui pra nós, não tem nada de veinho, um senhor simpático e que juntamente com sua esposa parou o carro e perguntou se estávamos bem.
Dissemos a ele que estávamos tentando subir até a rampa para comprovar se ela estava em funcionamento, foi ai, que ele nos informou que essa informação não procede e que a Rampa do Veinho está sim aberta ao publico, podem ir visitar e fazer os saltos de parapentes que sempre foram realizados ali.
Portanto, a informação foi concluída e seguimos a procura de um local para fazer nosso almoço, pois já era quase quinze horas quando conseguimos arrumar tudo e descer da estrada de acesso à rampa.
HORA DE FAZER O ALMOÇO
Não muito longe dali, resolvemos entrar na estrada central que dava a uma linda plantação de eucaliptos e foi ali que resolvemos fazer nossa comida.
Foi um momento que usamos para relaxar e meditar sobre o que tínhamos passado há alguns minutos antes.
Comemos nosso macarrão feito com muito capricho e carinho e refletimos sobre o que passamos nesse fim de semana.
AS CONCLUSÕES
Chegamos às conclusões que foi mais um fim de semana onde encontramos nossas dificuldades de sempre, mas que, sempre encontramos soluções e passamos por cima da barreira que nos é posta.
Também vemos o quanto amamos o que realizamos e que por mais que muitos digam a tão famosinha frase “aqui não tem nada” sempre acabamos achando lugares que às vezes nem os próprios moradores conhecem.
Vemos que somos diferença e que viemos para somar na vida de quem nos recebe com sorriso ou até mesmo desconfiado, o resultado depois é sempre um obrigado por termos estado ali.
Portanto Vila Valério tem para você conhecer:
MORRO DO CRUZEIRO (qual já estava sendo consertado, mas que recebe visitantes).
CACHOEIRA DE SÃO JORGE (que melhor temporada para visita é no verão)
RAMPA DO VEINHO (que não está fechada ao público, basta subir em uma época de poucas chuvas).
Viu como fizemos a diferença, basta ter forma de vontade e amar o que se está disposto a fazer.
Vem Caminhar com a Gente por ai e Viajar com o Viagens do Roger pelos 78 municípios do Espírito Santo.