Esse fim e semana estivemos juntamente com o Viagnes do Roger em um município do Estado do Espírito Santo que merece sua visita e que vai te encantar.
Com sua história, cultura e gente que não se deixou abater por não ter mais seu país, os Pomeranos.
Conhecemos uma família tipicamente Pomerana e que nos apresentou como é o povo Pomerano e as curiosidades que sua cultura preserva.
Conheça o município de Santa Maria de Jetibá como você nunca viu e vá viver a experiência de conhecer os costumes, cultura e gastronomia Pomerana.
O QUE FAZER EM SANTA MARIA DE JETIBÁ ES
QUEM SÃO OS POMERANOS
Bom, vamos te apresentar um pouquinho do que descobrimos por lá nesses dois dias que convivemos com uma família tipicamente Pomerana.
SAIBA QUE:
- Sabia que o município de Santa Maria de Jetibá a maior colonia Pomerana do Mundo? Sim, eles são mais ou menos 38 mil pomeranos vivendo na região.
- Saíba também, que eles são uma população bilíngue e que são uma das poucas comunidades que falam pomerano, juntamente com Laranja da Terra?
- Sabia que suas tradições são mantidas a décadas e que seus filhos a mantém e se orgulham de serem Pomeranos?
- E o mais importante, a Pomerânea era um país que se situava ao norte da Polônia e Alemanha, ao sul do Mar Báltico e que tinham cultura própria.
Por isso, o significado do seu nome “Terra Perto do Mar” e seus habitantes, os Pomeranos, eram completamente de característica camponesa.
O PORQUE O VESTIDO PRETO NO CASAMENTO POMERANO.
Bom, ficamos curiosos em saber a história que se conta sobre a cor do vestido de um casamento tipicamente Pomerano e descobrimos algumas vertentes para essa curiosa história.
A primeira é que, dizem, que as mulheres em forma de protesto contra os senhores feudais, se casavam de preto, pois, eram forçadas a se deitar primeiramente com eles na noite de núpcias e não com seus maridos.
Já que na época os pomeranos eram considerados como servos, e assim o senhor feudal tinha plenos poderes sobre eles, sendo forçados a fazer o que lhes era ordenado.
Embora que essa prática não era somente entre os pomeranos, mas sim praticado em todo o feudalismo e se tornou muito forte, principalmente na Itália.
Esse fato se tornou conhecido como “Prima Noite”, ou seja a primeira noite de núpcias.
Mas é uma história que não se sustenta e cai por terra ao sabermos que entre os pomeranos a virgindade e outros assuntos voltados a sexualidade nunca foi um grande tabu.
Pois, os pais Pomeranos sempre preferiram que suas filhas e filhos mantivessem um relacionamento aberto e que venham a conhecer e ter um relacionamento harmonioso com todos da família.
Tanto que as casas pomeranas eram construídas com quartos privativos conhecidos como “o quarto dos enamorados”.
Onde a moça poderia, depois de uma certa idade, com o consentimento da família ter seu namorado e poder traze-lo em casa e ter a sua privacidade preservada.
Então, se olharmos por essa e visão que eles sempre mantiveram, não existia a questão da virgindade no dia do casamento.
Portanto, o “patrão” poderia passar a noite de núpicias com ela, mas não por ela ser virgem, mas por uma questão de hierarquia devido ao feudalismo.
Outra questão que se abre é que, o feudalismo foi extinto em toda a Europa trezentos anos antes dos pomeranos migrarem para o Brasil.
Então o fato do vestido preto ser usado há tantos anos depois do feudalismo, é sobre a questão de não passar a primeira noite de núpcias com o marido, não por ela ter perdido a virgindade com o senhor feudal.
A segunda questão, é as mulheres se casavam muito novas, entre seus 15 e 17 anos e tinham que deixar a casa dos pais para morarem na casa do noivo, que é uma tradição.
A questão de irem morar longe dos pais e por serem muito novas se tornava uma tristeza para elas.
Terem que deixar sua casa e ir para a casa de uma família diferente e não conseguir imagina como seria a vida em um outro ambiente.
Assim o vestido se torna uma forma de mostrar a tristeza, pelo fato, de está deixando a casa dos pais para se juntar a uma outra família.
Porem, não é uma outra história que não se sustenta, pois, primeiro, hoje, quando se tem 18 anos, não se está muito preocupado com o dia de amanhã.
E se uma menina se casar com idade mais nova é porque ela escolheu, não por ser forçada ou por algo que venha ter acontecido pelo percurso, como uma gravidez por exemplo.
Os pais jamais iram lhe virar as costas, ou expusa-la de casa, pelo contrário, os casamentos pomeranos são muito festejados e chegam a durar três dias com muita festa e alegria.
A questão da mulher escolher se casar com o vestido preto é por querer manter a sua tradição, de se orgulhar de suas raízes e lembrar que seu povo tem uma história.
A terceira questão que é levantada, é que em um casamento a mulher deixa a casa dos pais e vai morar na casa dos sogros.
Então essa seria uma tristeza muito grande para a moça, pois, tem que deixar sua família para viver uma vida totalmente diferente da habitual.
Torna-se uma tristeza pelo fato dela ser separada da família para ir morar com o marido em outra casa.
Porém, é outro fato que não se sustenta com o estilo de vida dos pomeranos, pois, o casamento para eles são um episódio de alegria.
Tanto, que, o casamento é tão bem recebido por eles que a festa chega a durar três dias de muita alegria.
O último e o que mais se encaixa na história pomerana, diz respeito ao ritual do quebra louça na cerimónia de casamento.
Onde o cerimonialista diz uma frase: “ Prepara um casamento, é como preparar uma festa para a nobreza”.
Isso nos remete ao tempo feudal, pois, o tecido preto ou o vestido preto era de uso exclusivo dos nobres.
Portanto, se no dia do casamento estão me preparando uma festa nobre para mim, eu teria que ter um vestido digno de um nobre.
Daí o motivo do vestido de noiva ser na cor preta.
Os pomeranos teciam seus próprios tecidos e o dote para a família de uma moça era uma roca, para que ela pudesse tecer junto com seu marido suas próprias roupas.
E no casamento, todos os convidados usavam roupas claras, a única a usar a cor preta é a noiva, pois, ela sim, era a mais nobre da festa.
Portanto, usar preto em um casamento pomerano, além dos noivos, é uma ofensa.
Descobriu agora o porquê da noiva usar preto em seu dia mais especial?
Isso que é conviver e trocar experiencias, saber a fundo o porquê de muitas coisas, que às vezes, são vistas ou interpretadas com olhos errados.
POUSADA WAIAND’S HUUS
Para você que como nós gosta de viver novas experiencias em suas viagens e também conhecer a cultura regional.
Te apresentamos a Casa Waiand’s Huss (tradução no português) uma família que, além de receber muito bem seus visitantes, compartilha do dia a dia pomerano.
A matriarca da casa Marineuza Waiandt, recebe seus convidados com trajes pomeranos e que encanta quem visita seu estabelecimento.
Marineuza recebe pessoas interessadas em apenas passar um dia conhecendo a história pomerana como também pessoas que estejam interessadas em um fim de semana cercado pela Mata Atlântica que envolve sua propriedade.
È que ela oferece a seus hóspedes a opção Cama e Café que disponibiliza uma experiência bem pomerana com café da manhã tipicamente pomerano.
E quartos que se dividem em um com suíte, outro de casal com duas camas auxiliares e outro compartilhado com cinco camas de solteiro.
O café da manhã é com delicias da culinária pomerana que as mães pomeranas realizam durante sua rotina.
São delicias como brote, bolos, pães, geleias, requeijão caseiro, entre outras delicias da gastronomia típica pomerana e feito por elas e outras produtoras da região.
Para quem quer uma experiência ainda mais intensa, ela também prepara um almoço para grupos acima de dez pessoas, basta ligar e reservar com antecedência.
O local é incrível e a experiência de conviver com eles, sua cultua e ouvi-los conversar na língua pomerana é inesquecível.
Jamais iremos esquecer os momentos que passamos ali com a família.
MEMORIAL POMERANO
Além de você poder se hospedar na Casa Waiand’s Huus pode ter um banquete histórico contato pela própria Marineuza Waiandt, que se orgulha de seu povo e história.
Na propriedade ela possui uma casa tipicamente pomerana com mais de 100 anos de existência e que ela transformou em um belo memorial da história de seu povo.
Ao abrir as portas da casa você descobre a história de um povo que foi obrigado a abandonar seu país e veio a procura de uma nova terra e esperança que lhes foi apresentada.
Os Pomeranos tiveram seus sonhos e esperança por um longo período sufocados pelas dificuldades, porém, foram e são um povo que não abandonaram sua cultura própria.
Aqui no Espírito Santo, passaram por diversos municípios como Santa Leopoldina até encontrarem um lugar que poderiam chamar de seu.
Hoje Santa Maria de Jetibá se tornou “sua terra prometida” e fazem dela seu orgulho onde formaram gerações.
No interior da casa, Marineuza vai mostrando passo a passo toda a trajetória de uma família pomerana e seu dia a dia.
Além de apresentar diversos documentos, livros e a intimidade de um quarto de casal pomerano.
Por lá, também se conhece as roupas tipicas e as curiosidades que os pomeranos apresentam como as roupinhas de bebês.
Por acreditarem que os órgãos mais importantes do corpo humano são o tórax e a cabeça, todo bebê pomerano possuía roupas transpassadas para assim aquecer o tórax.
Assim, os pais protegiam seus filhos de ventos frios e os livravam de pneumonias ou gripes fortes.
Além disso, nenhum bebê saia de casa sem sua toquinha para proteger a cabeça do sereno e friagem que a região apresenta.
São muitas as coisas curiosas e os fatos relatados pela Marineuza, você viaja no tempo e consegue se ver no ambiente a casa como um pomerano.
Ao final de toda a apresentação, ela declama um poema, que me deixou muito emocionada, te convido ir conhecer a casa para escuta-la declamar.
Duvido você sair do local sem derramar uma lagrima sequer, vai ser uma experiência única.
COMO CHEGAR ATÉ A CASA E POUSADA WAIAND’S HUUS?
Se você se interessou em conhecer e passar alguns dias pela propriedade dos Waiand’s Huus basta ir ao município e Santa Maria de Jetibá.
Seguir em direção a estrada que dá acesso à estrada para a Comunidade do Garrafão.
Você passa pela pequena Possmosser a beira a estrada, onde se vê ao lado esquerdo uma grande igreja luterana.
Continue seguindo em frente até avistar uma grande e pomposa casa de portão branco, em sua frente, do lado esquerdo verá as plaquinhas charmosas de madeira com indicação para a pousada.
Siga até a escola família de Alto de Santa Maria, a uns 800 metros é a entrada para a pequena e charmosa Waian’s Huss.
Se tiver dificuldade basta perguntar na cidade como chegar a Alto de Santa Maria na cada da professora Marineuza Waiandt, ela é muito conhecida por lá.
ATENÇÃO:
Em Alto de Santa Maria não possui rede telefonia móvel, portanto, para se comunicar com a família Waiandt é somente pelo Whatszapp.
A propriedade possui rede Wi-fi.
POR HOJE É SÓ.
Bom, já te apresentamos o local e trouxemos até você a primeira etapa dessa experiencia magnifica que tivemos ali com a família Waiandt no município e Santa Maria de Jetibá.
Virão ainda mais artigos com roteiros completos para você poder conhecer bem de perto o que vimos por lá.
Bem-vindo ao Caminha Gente e ao Paulistando no ES.
O QUE FAZER EM SANTA MARIA DE JETIBÁ ES
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
WAIAND’S HUUS CAMA E CAFÉ
Endereço: Estrada Rio Possmoser, Alto de Santa Maria, Santa Maria de Jetibá-ES
Contato: (27)9.9900-2325
(27) 9.9822-6309