Acampamento noturno na Serra do Mursa.

 

barracas-na-montanha

 

 

Acampamento 

Serra do Mursa.

Faltando quatro semanas para o maior desafio de nossas vidas.

Fomos realizar nosso primeiro acampamento com nossa barraca que havia acabado de chegar e o lugar escolhido foi a nossa serra favorita “Mursa”.

O Mursa nos encantou desde a primeira vez que resolvemos mudar de vida e fazer algo que nos dava prazer.

Ele fica próximo da nossa casa e seu acesso é favorável para quem quer praticar subir lugares mais altos antes de se aventurar em algo de nível mais difícil.

 

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Amigo

Tivemos a companhia de nosso amigo Eustáquio que veio de Ouro Preto e está de férias.

Ele tem várias histórias de trilhas realizadas.

Uma delas que me deixou louca é do Pico da Bandeira.

Onde ele nos disse que passou um frio sem explicação e que doía até os tutanos dos ossos.. kkkk.

 

Planejamento:

 

Resolvemos ir pro Mursa a pé, primeiro por que não íamos deixar o carro à beira da estrada.

Pois é um risco de quando voltarmos e ele ter cassado outro rumo.. kkk..

E depois por que queríamos treinar andar longas distâncias.

 

flor

 

Para quem está acostumado a andar quilômetros, a distancia percorrida da minha casa até ao ponto de entrada da trilha é fichinha.

Mas para eu e o Márcio que ainda não temos um preparo físico de atleta (kkk) fica mais difícil.

Não pensem que não realizamos atividades físicas, pois as realizamos todos os dias e nossa alimentação mudou muito. Mas bem, vamos ao que interessa.

Inicio:

Já que queríamos passar a noite acampando resolvemos sair de casa por volta das 14h30minhs do dia 08 de setembro.

Mas devido alguns imprevistos acabamos saindo as 15h00minhs.

Em baixo de um sol escaldante e um dia seco partimos.

Andamos por 7 km até a entrada da trilha pelo asfalto da Rodovia Edgar Maximo Zamboto até o KM 53,

Onde você avista a sua direita uma estrada de chão batido e vários, vários “serumaninhos”.. kkkk..que latem como loucos dando boas vindas –

Distancia

“Embora que você o encontrará até a chegada da entrada da trilha, portanto se você tem medo de cachorros te aconselho a não ir por lá.

Mas saiba que andará mais uns 3km a frente para fugir deles” – é uma caminhada tranquila e rodeada de vegetação e sombra, por isso não pense que irá subir morros a todo tempo.

Chegando à entrada da trilha resolvemos parar por alguns minutos para nos refrescar e comer um biscoitinho e tomar água de coco.

As 17h10minhs retomamos a nossa caminhada.

 

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A Trilha:

Para achar a entrada da trilha por esse caminho você chegará próximo de um rancho onde tem uma vista muito bonita.

Uma subida bem puxadinha e longa, quando terminar essa subida você vai ver do seu lado direito um cano de água marrom.

Depois dele mais uns 15 metros já é a subida da entrada da trilha.

Subida

Ao iniciarmos a subida notamos que os eucaliptos que nos acompanham foram retirados e por isso dá pra avistar bem o começo da trilha.

Passamos por uma pequena mata fechada mais que logo se abre dando espaço a uma subida íngreme.

Cheia de pedregulhos que dificultam um pouco a subida, mais nada que possa se dizer “Poxa”.

 

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Pôr do sol

Continuamos a subida e notando como é lindo o pôr do sol que nos acompanhava.

Cidade que ficava menor a cada passo e nossa alegria de poder está vencendo mais uma vez nossas dificuldades.

A cada parada uma água e um respirar de como quem diz: ”obrigado Senhor por mais uma vez eu está aqui e vencendo meus limites”.

O Cume:

Ao chegarmos à parte mais plana da Serra fomos recebidos com uma belíssima imagem do sol nos dizendo boa noite.

Foi muito bom poder ver aquele espetáculo e apreciar a grandeza de Deus e ver com tão nada eu sou.

 

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Depois de tirar fotos, resolvemos montar acampamento, a noite logo caiu e o vento não tava pra brincadeira.

Montando acampamento

Montar barraca com vento não é uma boa opção.

Montamos primeiro a minha, pois ela era maior e com mais amarrações e em seguida montamos a do Eustáquio.

 

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Com barracas montadas resolvemos nos acomodar na minha e conversar, rir e ouvir algumas dicas do Eustáquio e assistir uns vídeos no Youtube.

Por volta da 22h00minhs resolvemos nos deitar, pois a subida com uma cargueiro de 18 kg, barraca.

E mais duas mochilas pequenas com mantimentos e panelinhas de camping não foi assim tão fácil.

 

O Medo:

 

Fomos todos dormir, achei que a noite seria tranquila e que dormiria bem, mais fomos surpreendidos por uma ventania que parecia que ia levar a barraca serra a baixo.

Sou medrosa de carteirinha e não nego, tenho vencido obstáculos que nunca me imaginei fazendo.

Tenho medo de água, tenho medo de caramujos, tenho medo de lagarta.. kkk..tudo que se rasteja tenho pavor.

Mas me surpreendo a mim mesma quando consigo vencer algo que temia.

 

Com a ventania comecei a ficar preocupada e comecei a tremer, não sei se era de frio ou de medo mesmo.. kkk..acordei o Marcio e ele começou a conversar comigo e me acalmar pra vê se eu pegava no sono, comecei a pensar no coitado do Eustáquio com aquela mini barraquinha dele lá fora, se já não havia voado serra a baixo…kkkk..

Fico pensando de como a mente da gente pensa coisas absurdas quando passamos por um medo. Peguei no sono e quando acordamos pela manhã tivemos a surpresa de ver o dia que nos esperava.

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Umas nuvens pesadas, uma neblina densa e um frio de congelar a ponta do nariz.

O dia seguinte:

 

neblina

 

Uma parte da Serra estava coberta pela neblina a outra dava sinais que iria sair um sol de rachar o coco da cabeça, os meninos resolveram ir pegar lenha pra tentarmos fazer uma fogueira pra nos aquecer e esquentar uma água pra fazer um cafezinho.

Olha se eu disser pra vocês que foi fácil fazer fogo eu vou está mentindo, mais como aqui eu quero relatar o que é verdade e não passar pra vocês uma falsa realidade foi difícil pacas.

 

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Por que nosso querido Marcio esqueceu o álcool para usarmos na espiriteira e ai tivemos que fazer como os homens da caverna usar o que tínhamos.

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A sorte que tínhamos um isqueiro e papel – ai você diz pra mim: – como ela achou difícil acender um fogo já tendo tudo isso a sua disposição – mas amados com o vento que tava ali no momento era difícil… kkk. Mas conseguimos e tomamos nosso merecido café quentinho da manhã.

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Enquanto jogávamos conversa fora apareceu uma figurinha muito especial a Nala; me apaixonei  imediatamente por ela. Uma cachorrinha esperta e brincalhona com 1 ano de idade que estava passeando com seu dono.

 

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A Volta:

Resolvemos desmontar acampamento e partir, pois o sol deu o ar da graça e prometida muito calor. Desmontamos e descemos pela outra parte do Mursa rumo à antena de telefonia que dá a uma mata fechada e muito gostosa de andar.

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Uma trilha coberta por muitas árvores e um frescor sem igual, depois de andar uma hora de baixo do sol escaldante.

Descer essa parte debaixo de sol e com uma cargueiro de 18 kg não é fácil, mais não impossível.

A trilha pela mata tem uma distancia de mais ou menos uns 3 km até chegarmos à margem do asfalto novamente e seguirmos viagem. Está entrada é a que mencionei no começo se você quer fugir dos “serumaninhos” que ficam na estrada no 53 km.

O Sol:

Na volta andamos debaixo de um sol que nem te falo nada e a beira de um asfalto que faz toda a diferença na hora de você caminhar e sentir suas pernas pesarem.

 

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Andamos uns 7 km até chegarmos a um ponto que não aguentávamos mais devido ao calor, tempo seco e a água que havia acabado. Ligamos pra nosso apoio que veio nos pegar.

Chegamos em casa por volta das duas da tarde, partimos do acampamento era uma 11h00minhs.

O desafio:

Mas ai você pode querer me perguntar: – Você se arrepende de fazer isso.. – eu te digo – Não, jamais – são coisas que preciso fazer pra me superar, pelo longo da minha vida havia desistido varias vezes de fazer varias coisas, viver momentos únicos, interromper coisas por medos.

A Mensagem:

Hoje quero poder me vencer e provar a mim mesma que posso sim querer fazer as coisas e termina-las. Com fé em Deus e uma pessoa maravilhosa que ele pôs no meu caminho que é o meu marido Márcio eu quero muito superar o que aparecer a minha frente.

Se você como eu tem medos e quer vencê-los, vá em frente. Derrote seus inimigos e prove pra você mesmo que você é capaz.

 

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Indico um filme que se chama “Livre” que conta a historia de uma moça que fez uma trilha para poder encontrar ela mesma e vencer seus traumas. Garanto a você que depois de assistir esse filme seus pensamentos sobre você mesmo irão mudar.

Fiquem na paz e continuem caminhado com a gente!

Ghaidy Souza.