Rota das emoções no Nordeste por Eduardo Martins.

 

 

Rota das emoções.

Prezados, demorou um pouco, porém segue o relato com fotos da rota que realizamos em Maio/15.

1º dia – Fortaleza a Jericoacoara:

 

 

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Foto: Eduardo Martins

 
Transfer pela Fretcar: R$ 105,50
Hostel Jeri Arte R$ 245,00 (duas noites, quarto casal e suíte)
Nós pegamos o último ônibus para Jeri, às 18h30, então, chegamos de madrugada por lá. Até tentamos curtir a noite, mas já era bem tarde e estava tudo no fim.

2º dia – Jericoacoara:

Toyota de linha (pau de arara) para passeio: R$ 15,00 o trecho por pessoa.

É o jeito mais barato para se locomover em Jeri, pois elas fazem o trajeto das lagoas e custam 10% do preço do buggy.
Fomos para a Lagoa do Paraíso, o principal ponto turístico de Jeri que, no entanto, pertence à Jijoca.
No fim de tarde, fomos à Duna do Pôr do sol, que fica à esquerda da praia de Jeri.

Quando fui pela primeira vez a Jeri, alguns anos atrás, a duna era bem maior e, infelizmente, ela tende a sumir nos próximos anos por conta do vento.

 

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Lagoa Paraíso.
Foto: Eduardo Martins

3º dia – Jericoacoara / lagoa de Tatajuba / Camocim à Parnaíba:


Buggy para Camocim: R$ 210,00
Travessia da balsa de Camocim: R$ 5,00 por pessoa
Ônibus para Parnaíba: R$ 30,00
Táxi: R$ 15,00
Pousada das Barcas: R$ 120,00 a diária/casal.
No dia anterior, conseguimos negociar o buggy com o Jonas (88 9927-4613/8876-1256)

Para fazer o passeio de Tatajuba e depois nos deixar na balsa para Camocim.

Saiu mais caro que ir a Jijoca e pegar um ônibus, porém, pudemos aproveitar o dia na lagoa de Tatajuba e depois emendar para Camocim.·.

 

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Tatajuba.
Foto: Eduardo Martins

 

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Balsa Camocim. Foto: Eduardo Martins

 

Camocim

Chegamos a Camocim por volta das 13h. Logo que você desce da balsa tem alguns carros para te levar à rodoviária, que cobram R$ 15,00 por pessoa.

Achamos caro e fomos na caminhada mesmo (uns 40 minutos).

Cansa um pouco por causa do sol e do peso da mochila, mas é sussa.

O ônibus para Parnaíba só sai uma vez por dia, às 16h, pela empresa Guanabara.

Esse ônibus é bem procurado; demos sorte e pegamos os últimos lugares

 

Parnaíba

Chegando a Parnaíba, descemos na rodoviária e já nos informamos de como ir para Tutóia de ônibus, porém, não me recordo dos horários e nome da empresa, nem dos valores que nos informaram.

Só tinha um ônibus por dia.
Chegando ao hotel, fomos jantar no restaurante na frente da pousada, na margem do rio Parnaíba.

A comida era boa e o preço, acessível. Durante o jantar, conhecemos o guia Riba (86 94677259/88870898), que faz passeios pelo Delta.

Negociamos com ele para fazer o passeio e já nos deixar em Tutóia (no mapa, Tutóia fica perto dos locais do passeio do Delta).

Bonde

O preço pelo passeio no Delta e o bonde pra Tutóia foi de R$ 420,00 – bem mais do que imaginávamos.

Mas, se fizéssemos o passeio básico do Delta, que é em torno de R$ 200,00, teríamos que ficar mais um dia em Parnaíba para pegar o ônibus até Tutóia só no próximo dia.

E o gasto total ficaria em uns R$ 380,00 + comes e bebes. Futuramente, foi uma ótima escolha, pois ganhamos mais um dia em Atins.

4º dia – Parnaíba a Tutóia / Tutóia a Paulino Neves / Paulino Neves a Caburé / Caburé a Atins:

 



Mototaxi: R$ 5,00
Passeio/transfer do Delta do Parnaíba até Tutóia: R$ 420,00
Transfer para Paulino Neves, de Toyota de linha: R$ 10,00
Transfer para Caburé, de 4×4: R$ 150,00
Canoa para Atins: R$ 10,00
Pousada do Irmão: R$ 130,00 diária/casal

Logo de manhã cedo, às 7h, fomos ao porto de Parnaíba. O ônibus estava demorando e, como tínhamos combinado com o guia, pegamos mototaxi até o porto e começamos o passeio do Delta.

Ótimo passeio: a cor do rio, fauna e flora vão mudando conforme você vai chegando perto do delta.

É muito bonito.

O passeio valeu a pena e depois a carona até Tutóia foi perfeita, porque demos sorte:

-logo que chegamos ao porto de Tutóia, tinha uma Toyota de linha saindo pra Paulino Neves.

 

 

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Mapa Delta.
Foto: Eduardo Martins

 

 

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Igarapé.
Foto: Eduardo Martins

 

 

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Delta.
Foto: Eduardo Martins

Transferencia

Chegamos a Paulino Neves umas 15h e já não tinha transfer.

Por fim, nossa única opção para não ter que pernoitar na cidade era ir de 4×4 ou quadriciclo.

Optamos pelo 4×4 e chegamos a Caburé, na beira do rio Preguiça, umas 17h.

O timing foi perfeito, porque atravessamos o rio no pôr do sol.

Para fazer a travessia Caburé-Atins, há lanchas que fazem o trajeto por R$ 60, com duração de 15 minutos.

Ou você pode pegar uma canoa com um motorzinho, que custa R$ 10 e dura uma hora – é mais demorado, porém, dá para curtir o rio Preguiça.

Pousada do Irmão

Chegamos a Atins umas 18h e não havíamos reservado nada.

Ficamos rodando e tentando negociar nos lugares.

A Pousada da Tia Rita é a mais famosa por lá e a mais barata, porém, estava lotada quando fomos.

Mesmo assim, ela foi super atenciosa e indicou a Pousada do Irmão, que foi onde acabamos ficando.

– pelo preço e pela comodidade, além de ser um dos únicos estabelecimentos que aceita cartão.

Comemoramos a chegada em Atins com algumas cervejas no Rancharia Bar e encerramos o dia.

5° dia – Atins:


Passeio para lagoas: R$ 30,00 por pessoa.

A Pousada do Irmão faz passeios também.

Quando estávamos tomando café da manhã, um grupo estava fechando um passeio que inclui Cachoeira do Bonzinho, Lagoa Guajiru e Lagoa 7 Mulheres, com parada no Restaurante do Antônio.

– na verdade, você pode optar entre ele e o famoso da Dona Luzia.

 

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Lençóis Maranhenses. Foto: Eduardo Martins

 

Cachoeira do bonzinho

A Cachoeira do Bonzinho é sensacional; uma cachoeira nos lençóis e de frente para o mar já diz tudo.

A lagoa Guajiru também é muito bonita, e foi onde tivemos o primeiro contato com as lagoas dos lençóis.

Depois, fomos ao restaurante do Antônio comer o famoso camarão no urucum.

Nunca comi nada com esse sabor e tempero, é delicioso, e o Antônio é super amigável.

Camarão do Antônio é parada obrigatória.

 

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Foto: Eduardo Martins

 

Pôr do sol

Depois, fomos ver pôr do sol na Lagoa 7 mulheres e retornamos à pousada.

Ainda cedo, tomamos uma Heineken (R$ 6,00) gelada no italiano que fica em frente à pousada da Tia Rita.

Tomamos banho e fomos jantar no restaurante Céu Aberto, que fica a distância de uma caminhada de 10/15 minutos.

Nesse jantar, descobrimos que um prato para dois é o suficiente – no geral, os lugares cobram R$ 25,00 o prato de frutos do mar e todos são bem servidos para duas pessoas.

 

6º dia – Atins:


Fomos aproveitar o dia na praia, que surpreendeu.

Quando a maré enche, formam-se várias lagoas, é simplesmente incrível.

Além disso, o mar se funde com o rio Preguiça e forma uma praia de outro mundo.

Logo que chegamos à praia achávamos que não havia infraestrutura no local, mas há alguns “quiosques”.

Ficamos na Cabana, de um casal local super bacana que oferece preços bons com direito a redes, cerveja e petiscos.

7º dia – Começo da travessia – Atins à Canto de Atins:


Rede e café da manhã: R$ 25 por pessoa
Guia Chico: R$ 200,00

Combinamos com o nosso guia, Chico, de sair às 16h para o Canto de Atins no Antônio, já que tínhamos o dia todo para aproveitar.

Antes mesmo de tomar café, arrumamos as mochilas e conversamos com o Irmão para mandá-las ao restaurante do Antônio com algum carro de passeio que fosse para lá.

Passeio

Aproveitamos nossa última manhã na praia e fizemos um passeio até o banco de areia que se forma na maré baixa.

Na verdade, é um banco de conchinhas, portanto, vá de chinelo que descalço machuca o pé.

 

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Foto: Eduardo Martins

 

Finalmente, no fim de tarde, começou a nossa aventura.

Nessa primeira parte o trajeto é tranquilo, são apenas seis quilômetros.

Chegamos ao Antônio de noite e, sem pensar, já pedimos o camarão novamente.

Depois, pernoitamos nas redes que tem do lado restaurante – foi a primeira noite dormindo em rede.

 

8º dia – Atins a Baixada Grande:



Acordamos de madrugada, umas 3h, tomamos um café da manhã bem simples que estava incluso no nosso pernoite no Antônio e bora andar 28 quilômetros.

Esse primeiro trecho da travessia dos lençóis é um pouco puxado.

O ideal é levar pouco peso (tem a opção de enviar as malas até Santo Amaro via Toyota de linha).

Caminhar o máximo possível quando o sol ainda está baixo, porém, parando e aproveitando as lagoas.

A paisagem e as lagoas são muito bonitas.

As 16h e depois de várias horas de caminhada, avistamos um oásis que era Baixa Grande. Ufa!
 

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Foto: Eduardo Martins

Baixa Grande.

É um paraíso, uma família que mora em um oásis no meio dos lençóis.

Nosso guia já tinha avisado que íamos chegar para almoçar, então, foi chegar fazer um prato gigante (arroz, feijão, macarrão, farinha e galinhada) e, depois, tirar uma pestana na rede.

Depois da comida e devido descanso pudemos curtir um pouco da Baixa e de seus habitantes:

-ficamos jogando sinuca, tomando cervejinhas e a tiquira (famosa cachaça local, de mandioca “braba”).

No final, dormimos na rede novamente.

 

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Foto: Eduardo Martins

 

9º dia – Baixada Grande a Queimada dos Britos:



Rede, almoço e café da manhã: R$ 50,00 por pessoa

Nesse dia, não precisamos nos preocupar em madrugar, já que o trajeto era curto, de apenas 9 quilômetros – comparando com o dia anterior é bem mais sussa.

Enfim, saímos já era mais de meio dia, dispostos e usufruindo muito mais.
Esse trajeto fica no coração dos Lençóis.

É onde você vai encontrar uma beleza ímpar, com lagoas e dunas indescritíveis.

A água é por ora azul, turquesa, transparente, verde esmeralda…

 

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Foto: Eduardo Martins

 

Trajeto

Fizemos esse trajeto em seis horas, pois tentamos curtir ao máximo.

No pôr do sol, chegamos ao segundo oásis, a Queimada dos Britos.

A Queimada já é um “vilarejo”, pois lá moram três famílias.

Foi onde conhecemos o seu Brito, um dos fundadores do vilarejo.

Ele nos contou muito sobre como saiu da seca do Ceará com sua família 30 anos atrás e foi parar na Queimada.

 

 

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Queimada. Foto: Eduardo Martins

 

 

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Seu Brito.
Foto: Eduardo Martins

Seu Brito

Esse final da tarde foi de muito bate-papo com seu Brito, carteado e várias cervejas geladas.

Sim, no seu Brito tem gerador e breja trincando (R$ 6 a garrafa de 600 ml).

Final da noite foi aquele super prato e rede novamente.
 

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Foto: Eduardo Martins

 

10º – Queimada dos Britos a Betânia / Betânia a Santo Amaro:


Acordamos às 3h da manhã, tomamos café da manhã e partimos para a pernada.

Esse trecho tem cerca de 22 quilômetros, porém, não é tão bonito quanto o anterior.

A areia das dunas é bem fina e clara e, com o nascer do sol, as dunas brancas parecem feitas de neve.

 

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Queimada dos Britos.
Foto: Eduardo Martins

Como já era o quarto dia de caminhada, o corpo estava adaptado.

Levamos mochilas mais leves e estabelecemos alguns parâmetros (quando o ritmo da caminhada começava a cair, a gente parava, dava um mergulho, comia alguma coisa e voltava para pernada).

Com isso, fizemos esse trecho em mais ou menos 8 horas.
 

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Lagoa de Betânia.
Foto: Eduardo Martins

 

Betânia

Chegamos à lagoa da Betânia ao meio dia.

Fizemos uma parada para o almoço, tomamos algumas cervejas e tiquiras com o nosso guia, e partimos pra Santo Amaro.

 

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Guia de Turismo.
Foto: Eduardo Martins

 

Chegando lá, optamos pela pousada Rancho das Dunas, por ser a única que aceitava cartão e estarmos sem dinheiro vivo, mas é possível encontrar pousadas mais em conta.

Exaustos da caminhada e com a grana curta, acabamos não fazendo nenhum passeio em Santo Amaro.

Pudemos desfrutar do rio Alegre, que está localizado do lado da pousada.

11º dia – Santo Amaro a São Luís:


Transfer de Toyota de linha até Sangue: R$ 10,00
Transfer de van: R$ 20,00
Pousada Portas da Amazônia: R$ 118,00/diária

Saímos por volta do meio dia para São Luís, pegamos a Toyota de linha até Sangue e depois uma van até São Luís.

Esse trajeto demora umas 3 horas e não tem nada de interessante.

A van nos deixou na pousada no centro de São Luís.

Essa, com certeza, é a pousada em que os turistas mais se hospedam – pelo menos todos os que cruzamos na viagem e que estavam indo pra São Luís também.

Acho que deve ser pelo fato de ela parecer super rústica e ficar no centro da cidade, mas não vale o preço: está super descuidada e o atendimento também é ruim.

Mas, de qualquer forma, valeu por dois motivos: para conhecermos o centro da cidade (que, por sinal também está “abandonado”) e a pizzaria anexa à pousada (melhor que muita pizza de São Paulo).

12º – São Luis:



Esse foi, finalmente, o nosso dia de compras. Além de lembrancinhas, fomos ao mercado do peixe e compramos camarão e pescada amarela (frescos e baratinho), tucupi, camarão salgado, pimentas, adereços e isopor para o camarão e o peixe (congelamos, vedamos o isopor e despachamos como bagagem; após mais de 10 horas de viagem, chegou congelado em casa).
De tarde, atravessamos a ponte, a lagoa Jansen e fomos conhecer a praia da Beira-Mar.

Caminhamos até o restaurante cabana do sol por mais ou menos seis quilômetros.

Nesse trajeto inteiro a praia é feia, suja e poluída. Não recomendo nem um mergulho.

A tarde foi de almoço, pestana e volta para a terra da garoa

 

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Foto: Eduardo Martins

Obs.: Total da viagem com algumas regalias R$1200,00 por cabeça, porém sem contar restaurantes e drinks.

Dicas para a travessia:

  1. Carregar pouco peso na mochila. Cada grama vai pesar uns 30 quilos no primeiro trajeto de 28 quilômetros;
  2. Levar Clorin. A água de lá é limpa, porém, pode dar um piriri e você não quer passar por isso no meio das dunas;
  3. Usar um bom calçado, um Timberland ou algo do gênero. Eu fui de papete e meia, e foi bom porque a meia impede a areia na papete. Nos últimos dias, fui de havaianas (deu bolha) ;
  4. Use protetor, muito protetor;

  5. Para comer, leve apenas bolacha e umas frutas;

  6. Use roupas leves e boné;
  7. Bermuda de pressão é um bom negócio também, porque pode molhar e não entra areia = sem assaduras;
  8. Leve esparadrapo para bolhas, caso você encare chinelo de dedo;

 

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